quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Trabalhadores de agroindústrias de SC adoecem mais que no restante do país

Trabalhadora que adoeceu no corte de peru na BRF/Sadia mostra os braços que hoje não dão conta nem do serviço da casa

           Temos uma notícia triste para nosso Estado de Santa Catarina, e também para Chapecó. Uma pesquisa revelou que aqui os trabalhadores adoecem muito mais que no restante do país, e o setor que mais provoca doenças do trabalho é a agroindústria. Ao mesmo tempo que ficamos tristes com os dados, precisamos refletir sobre ele nos unir enquanto trabalhadores, junto ao sindicato, para buscar melhores condições de trabalho.
            O levantamento se chama "Perfil de Agravos à Saúde em Trabalhadores de Santa Catarina", realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade do Vale do Itajaí (Univali), e levou três anos para ficar pronto. A pesquisa é inédita no país e mostra que o número de trabalhadores afastados por motivos de saúde nas principais atividades econômicas de Santa Catarina é 48% maior do que a média nacional.
Segundo o levantamento, que foi encomendado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) no Estado, os setores que mais registraram afastamentos por doença nos últimos anos foram o de carnes, seguido pelo têxtil e o comércio.

            Como foi feita a pesquisa
O professor Roberto Cruz, do Departamento de Psicologia da UFSC, diz que a pesquisa analisou o número e o tipo de benefícios previdenciários concedidos para trabalhadores com problemas de saúde entre 2005 e 2011 disponíveis na plataforma de informações da Previdência Social, a Dataprev.
            Os pesquisadores levaram em consideração as 15 atividades econômicas que mais empregam em Santa Catarina.
            Com base na comparação com os dados nacionais da Dataprev, os pesquisadores chegaram a uma primeira conclusão geral: proporcionalmente ao número de trabalhadores, o Estado registrou no período um número de afastamentos por doença 48% maior do que a média nacional.

            Os frigoríficos adoecem mais
            Conforme a pesquisa, o trabalho nos frigoríficos, no abate de frangos e suínos, foi a atividade que teve maior incidência de afastamentos: seis anos considerados, 19,3 mil trabalhadores do setor de carnes receberam benefícios previdenciários por doença. O número corresponde a 39% dos 50 mil empregados nos frigoríficos hoje.

            Em Chapecó, temos muitos trabalhadores que adoeceram por causa do trabalho nas agroindústrias. O sindicato orienta que quando os atestados médicos não forem aceitos pela empresa para o trabalhador procurar o sindicato, que buscará os encaminhamentos necessários para que o tratamento possa ser realizado.